Se eu te dissesse que apenas 26% das crianças de todo o Brasil têm acesso a três refeições ao dia, café da manhã, almoço e jantar, você consideraria este dado chocante? Segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde, anualmente, este índice despenca. Em 2015, por exemplo, 76% das crianças do país realizavam as três principais refeições do dia; já em 2021, até o mês de outubro, a porcentagem havia caído para 26.
O resultado da má alimentação é impossível de se ignorar. Em uma escola da rede municipal do Rio de Janeiro, localizada em um complexo de favelas, uma aluna de 8 anos desmaiou de fome dentro da sala de aula. A professora conta que, depois de a criança chegar atrasada, percebeu que algo não estava bem. A menina estava com as mãos geladas, apesar do calor, e questionou se ela havia comido. A resposta foi não. Antes de poder oferecer algo de comer, a aluna desmaiou.
Infelizmente, ocorrências como esta acontecem pelo Brasil todo. O desemprego, que assola ao menos 13,7 milhões de pessoas, é um agente cruel da fome, que só cresce dentro das casas brasileiras. Um outro resultado disso? Os jovens têm abandonado os estudos para que possam trabalhar e trazer o necessário para suas famílias. Eles não têm outra alternativa.
Em 2021, a fome atingiu 19,1 milhões de brasileiros. Em um dos países com a maior produção de alimentos do mundo, pessoas morrem de fome, por faltar o básico, todos os dias. Um mandamento de Jesus para sua igreja é dar de comer os que têm fome. Até quando vamos fingir que isso não tem nada a ver conosco? Que este não é um problema que devemos intervir? Até quando deixaremos que a fome mate crianças, jovens, adultos e idosos?
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